Friday, November 23, 2007

A QUE SERÁ QUE SE DESTINA?

Entre mortos e os que ainda virão
Existimos
Criamos passados e os projetamos
No futuro

A que será que se destinam?
Nossas pequenas vidas
Com suas pequenas tragédias e
Pequenos milagres
Com sua mediocridade patética
E seus momentos de plenitude

A que será que se destina?
Eu ter amado tanto
Errado tanto
Sofrido e feito sofrer

A que se destinam?
Boas e más intenções
Rigidez cadavérica de princípios
E complacência desmedida
Com os próprios erros

A que será que se destina?
A beleza em cada pequena coisa
E a vergonha revelada
Em um estranho esplendor

A que será que nos destinamos?
A construir pontes?
A cimentar muros?
A pedir perdão um milhão de vezes?
A decepcionar quem entende tudo
E quem não entende nada?
A plantar livro e escrever árvore?
A criar um filho feliz?

Talvez...
Ou talvez apenas a passar
Sem alarde
Pelo único milagre possível

Wednesday, November 14, 2007

PLEADING GUILTY (Good Intentions)

I declare myself guilty
Of loving too much
Of unacceptable love
And of murdering others' love
Towards myself

I declare myself guilty
Of deceiving and lying to myself
Of desrespecting my own feelings
And of making things worse
Whenever I tried to make them right

I accept the charges
That I did kill the hearts
Of others and my own
That I murdered beauty and innocence
In others and myself
That I shamefully killed love
In the name of love

However, I beg not for merce nor redemption
I've been doing my sentence
As quietly as I can
43 years have already been done
And many more are expected to come
And many more are expected to come

Tuesday, November 06, 2007

DOR DE MENINO NESSA HORA

Nem aquilo a que me entrego
Nem alegria de cais de porto
Nem a cor do teu sorriso
Nem a tua boceta nua

Nem as flores do que quis
Nem poemas que não fiz
Nem as árvores desenhadas
Nem o meu cacete duro

Nem casinha nem varanda
Nem teus fogos e artifícios
Nem minha língua na tua
Nem mil beijos de amor

Nada me consola nessa hora,
Nada!
Só dor
Só dor de menino sem razão