Hoje o dia está bonito
E há tempo pra magia
Agora o dia é azul
E por um infinitésimo de segundo
De um tempo que é outro tempo
É possível esquecer o mundo dos homens
Amanhã eu volto à luta
A discutir com os editoriais
Mas hoje o mundo, que não é este, está bonito
E só posso, apesar do cinza que pressinto, ser feliz
Saturday, August 28, 2004
Sunday, August 22, 2004
(Sem título)
Escrevo de noite -
Lá fora, não há luz
Escrevo a noite -
Cá dentro, não há noite
Lá fora, as luzes piscam -
Cá dentro, não há brilho
Brilham as frontes de noite
Brilha o ar - açoite
Não há noite lá fora
Não há brilho agora
Não me escondo mais, se escrevo,
Não procuro mais...
Não tenho, não vivo, não penso
Se um dia me encontrares não serei mais eu
Se um dia procurares
Só o dia serei eu
Um dia, um poema, uma noite,
Um zelo que guardo por ti
Uma vida nunca será o bastante,
Uma vida será o que nunca vivi
Luzes que vagam
Vaga-lumes que somos
Um dia vamos estar
Um dia seremos nós
Lá fora, não há luz
Escrevo a noite -
Cá dentro, não há noite
Lá fora, as luzes piscam -
Cá dentro, não há brilho
Brilham as frontes de noite
Brilha o ar - açoite
Não há noite lá fora
Não há brilho agora
Não me escondo mais, se escrevo,
Não procuro mais...
Não tenho, não vivo, não penso
Se um dia me encontrares não serei mais eu
Se um dia procurares
Só o dia serei eu
Um dia, um poema, uma noite,
Um zelo que guardo por ti
Uma vida nunca será o bastante,
Uma vida será o que nunca vivi
Luzes que vagam
Vaga-lumes que somos
Um dia vamos estar
Um dia seremos nós
Wednesday, August 18, 2004
Canto Triste
E mataram nossos sonhos
no útero dos corações
Os sonhos agora são outros
efêmeros como ferrões
E mataram nossos sonhos
- já não sabemos sonhar
E mataram nossas almas
e já não sabemos do mar
no útero dos corações
Os sonhos agora são outros
efêmeros como ferrões
E mataram nossos sonhos
- já não sabemos sonhar
E mataram nossas almas
e já não sabemos do mar
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