Eu escrevo o meu quintal
Minha curva e incerteza
Eu canto o meu amor
Beijos antiframboesa
Eu traço meu rabisco
Nos espinhos desse muro
Eu grafo e solto o grito
Das costas das troças do mundo
Saturday, February 26, 2005
Saturday, February 19, 2005
Concêntricos
Menina, eu odeio acrósticos
E nomes
E tudo aquilo que personalize
O que deve apenas partir do pessoal
E, ainda assim, te amo...
E, no entanto,
Apesar de tanto te amar,
Meu amor por ti não importa
Mais que o amor simplesmente
E nem o teu olhar,
Que tanto me cativa,
É importante em si
Senão pelo que revela
Do gênero humano
E tu és apenas o centro de ti
E eu, apenas o centro de mim
E quanto a escrever poemas
Mais valem os múltiplos olhares
Que possas me emprestar
E nomes
E tudo aquilo que personalize
O que deve apenas partir do pessoal
E, ainda assim, te amo...
E, no entanto,
Apesar de tanto te amar,
Meu amor por ti não importa
Mais que o amor simplesmente
E nem o teu olhar,
Que tanto me cativa,
É importante em si
Senão pelo que revela
Do gênero humano
E tu és apenas o centro de ti
E eu, apenas o centro de mim
E quanto a escrever poemas
Mais valem os múltiplos olhares
Que possas me emprestar
Saturday, February 12, 2005
Riscos & Possibilidades (Dias Perigosos)
[Parris], like the rest of Salem, never conceived that the children were anything but thankful for being permitted to walk straight, eyes slightly lowered, arms at the sides, and mouths shut until bidden to speak.
(Arthur Miller - The Crucible)
A vida é um risco, menino
E você pode falar o que pensa
Desde que todos concordem
+
Nestes dias perigosos
Não há espaço para a poesia
E a sinceridade deve ficar bem escondida
Atrás de lisonjas e sorrisos
+
Menino, comporte-se
Divergir pra quê?
Decore o script
E depois conversamos
+
Amenidades, por favor
Que a palavra agora
Tem uma estranha função
+
Sim, são dias perigosos
Por mais que se diga o contrário...
+
Mas você pode dizer o que quiser
Desde que não seja o que pensa
Desde que seja mais uma voz
No coro da indiferença
+
Ainda que o silêncio pese uma tonelada...
Saturday, February 05, 2005
Danças
Musicais da Broadway
me dão enjôos
Os passos que amo
não são marcados
nem precisam de coro
ao fundo
Os passos que amo
são movimentos espontâneos
de uma dança epiléptica
livre e insegura
Bonecos de mamulengo
que balançam
e tantas vezes caem
Equilibristas bêbados
de uma vida
sem ordem unida
Beijos, tropeços e quedas
Encontros
de corpos indisciplinados
que espontaneamente
se fundem
e movem-se atabalhoados
emprestando beleza
a estranhos espasmos
descoreografados
me dão enjôos
Os passos que amo
não são marcados
nem precisam de coro
ao fundo
Os passos que amo
são movimentos espontâneos
de uma dança epiléptica
livre e insegura
Bonecos de mamulengo
que balançam
e tantas vezes caem
Equilibristas bêbados
de uma vida
sem ordem unida
Beijos, tropeços e quedas
Encontros
de corpos indisciplinados
que espontaneamente
se fundem
e movem-se atabalhoados
emprestando beleza
a estranhos espasmos
descoreografados
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