Saturday, April 21, 2007

A CIDADE SAI DE MIM

(para Angra dos Reis)

A cidade sai de mim
Lentamente
Como sangue que escorre
Lento e quente
Do ferimento

A cidade sai de mim
Lentamente
Como lágrima que escorre
Lenta e quente
Do coração

A cidade sai de mim
Rascante
Como amor impotente
Seco e frio
De tristeza

A cidade não sai de mim

7 comments:

Anonymous said...

Ricardo,
Entendo a viva expressão dos seus sentimentos por meio destas tão bem empregadas palavras.
Sim, amigo. A cidade sai de ti, mas é mais provável que a cidade não saia nunca de ti.
Um forte abraço,
Marco Antonio

Anonymous said...

O poema sofre uma espécie de nostalgia. Ao escrever um poema, o pensar, ás vezes, trás muito desalento mas o torna lindo. Da cidade guardamos alegrias enormes e tristezas igualmente enormes,por isso, ela jamais sairá de dentro de nós. Gostei muito! Um beijo e bom feriado.

Sêmen de Gargalo said...

Vim conferir suas horas vagas, de onde saem essas fotografias tão bem definidas. Beijinhos carinhosos. EK

Anonymous said...

Gostei.As coisas boas ficam em forma de saudade.
bjs

Rodrigo Parkutz said...

Por mais que tentamos os bons e maus momentos não saem com facilidade.
A cidade, seja qual for, sempre fica. São gestos, cheiros, formas, cores, olhares que nunca apagamos da memória. Lugares que por vezes voltam em formas de sonhos ou pesadelos. Seja qual for o caso Angra dos Reis sempre fica. Pelas casas, pelas ruas tortas, pelos odores, pelas paixões que ela causa, e são muitas!
Angra dos Reis não sai fácil, nem com cortes de navalha, nem com porres sem causa, nem com a tentativa vã de querer simplesmente esquecê-la.
ANGRA DOS REIS, e dos plebeus...
Espero que você, caro Ricardo, nunca esqueça nossa cidade!
Grande Abraço,
Do seu aluno,
Rodrigo Parkutz.

Anonymous said...

Parou por que? Estava tão bom. Volta ! Sentimos saudades das tuas palavras.
Bjus

Unknown said...

Hoje é a primeira vez que visito seu blog. Se eu tivesse este talento de poetar, poderia ter expressado da mesma forma a minha saída de Angra dos Reis. E agora me vejo naquela rua do hotel em que ficávamos, indo pela transversal que me fazia chegar naquela grande igreja sempre fechada, e depois eu retornava para ir ao pier e ficar pertinho do mar. Grande Angra! Saudades de lá, de todos, de você. Grande poeta. Parabéns.