Sunday, August 21, 2005

Aniversário & Fim de Linha

Amigos do Poesia Residual,

Em 18 de agosto este blog completou um ano de vida. Durante este ano publicamos um poema "novo" a cada sábado. A idéia era fazer do blog um veículo para poemas ainda inéditos, sobretudo para minha produção mais recente. Contudo, as tarefas do dia-a-dia começaram a se acumular, especialmente depois de me tornar aluno de doutorado do Instituto de Letras da UFF. Assim, passei a ter pouquíssimo tempo para escrever poemas novos. Como conseqüência, os últimos poemas postados eram antigos e até já haviam sido publicados em livro. De qualquer forma, acho que o Poesia Residual cumpriu seu papel como blog. Não pretendo atualizá-lo mais. Meus próximos projetos incluem a transformação do Poesia Residual em livro convencional e a criação de um novo blog, agora para textos em prosa. Assim que tiver novidades, avisarei através de um novo post aqui. Até breve e obrigado pelo carinho.
Ricardo Almeida

Saturday, August 13, 2005

Não Nos Julgue Tão Severamente...

Somos filhos de Guernica e Hiroshima,
Somos filhos de Inês de Castro,
Somos filhos de Romeu e Julieta
E dos crimes passionais...

Somos filhos de Hitler, Reagan e Krushov,
Somos filhos da Santa Inquisição,
Somos filhos de Hendrix, Joplin e Lennon
E da falta de amor...

Somos filhos das esquizofrenias, neuroses e paranóias,
Somos filhos da Censura Federal,
Somos filhos dos pais separados
E dos golpes militares...

Somos teus filhos: Deus Pai Celeste!
Planeta Terra, Século XX, Casa do Sol Nascente.

(Este é um poema antigo, do século passado, como se vê. Mas, estranhamente, ainda o acho atual.)

Saturday, August 06, 2005

Tempo Nublado

O tempo está nublado
Já acordou assim
Um tanto nostálgico e entorpecido
Como tivesse tomado uns quantos copos de vodca

Sua nostalgia triste-alegre
Aumenta à medida que a chuva cai
Fina, suave, quase imperceptível
Sumindo como o passado presente

Momento de desespero
Necessidade de suar sangue
No entanto retida
De tanto torpor

A chuva continua sumida
Embora mais intensa

O temporal não desabou
Ficou guardado
Lá dentro
Aparecendo em alguns momentos
Sob diversas formas amorfas

Enfim,
ninguém ligou
ninguém liga
ninguém ligará