Que se dane o que possam pensar da poesia
Eu só quero sentir, sentir, sentir
Que se danem a métrica, a rima, a fôrma
E que se dane o ritmo, Manuel Bandeira
Que se dane a estética antropofágica
Eu só quero vomitar meu sentimento
Meu compromisso é com a vida, com a paixão
Eu amo vocês
Poesia é nudez, Ginsberg?
Que se dane o que é a poesia
Eu quero trepar, gozar
E matar o meu amor às cinco horas da manhã
E ainda que vocês não entendam
Eu amo Oswald, Chacal,
Bandeira e coisa e tal
Mas intocável mesmo
Só substantivo abstrato
E calcinha da professora
Morte ao sindicato dos deuses
Eu quero ser livre
Saturday, July 30, 2005
Saturday, July 23, 2005
Espreguiçar
De um quarto fechado
Alguém contempla o mundo
Sua visão ultrapassa a fresta da janela entreaberta
Desvia-se das grades de metal
Sobe e pousa num galho de árvore
O Sol arde e queima
No céu
Um de seus raios
Desce, passa por entre as folhas da árvore
Desvia-se das grades de metal
Vence a fresta da janela
E deita-se numa cama
Aquecendo as idéias de seu habitante
Que recolhe sem pressa sua visão
Alguém contempla o mundo
Sua visão ultrapassa a fresta da janela entreaberta
Desvia-se das grades de metal
Sobe e pousa num galho de árvore
O Sol arde e queima
No céu
Um de seus raios
Desce, passa por entre as folhas da árvore
Desvia-se das grades de metal
Vence a fresta da janela
E deita-se numa cama
Aquecendo as idéias de seu habitante
Que recolhe sem pressa sua visão
Saturday, July 16, 2005
Poema da Redescoberta
Aprendi que não basta aprender
A ler o escrito nas entrelinhas
E o não-escrito por trás delas.
Para que possamos descobrir
A Essência, que homens mórbidos
Insistem em tentar velar
(Retirar da linha de nossa visão)
É preciso que, de repente,
Desmorone o grande castelo
(Que posto fosse de areia,
Parecia extremamente sólido).
Não basta perceber que o rei está nu
E desmascarar o discurso do poder,
É preciso se perceber nu,
Sentir vergonha, medo, insegurança...
Largar todas as tábuas de salvação,
Abrir mão das certezas,
E replantar, talvez no cimento,
Tudo que era morando
E mofo se tornou.
Ainda que correndo o risco
De não sobreviver.
A ler o escrito nas entrelinhas
E o não-escrito por trás delas.
Para que possamos descobrir
A Essência, que homens mórbidos
Insistem em tentar velar
(Retirar da linha de nossa visão)
É preciso que, de repente,
Desmorone o grande castelo
(Que posto fosse de areia,
Parecia extremamente sólido).
Não basta perceber que o rei está nu
E desmascarar o discurso do poder,
É preciso se perceber nu,
Sentir vergonha, medo, insegurança...
Largar todas as tábuas de salvação,
Abrir mão das certezas,
E replantar, talvez no cimento,
Tudo que era morando
E mofo se tornou.
Ainda que correndo o risco
De não sobreviver.
Saturday, July 09, 2005
Lição
Aprendi a ler nas entrelinhas
(E por trás delas)
A cada novo esbarrão
Em um ponto final.
Mas não espere encontrar nas minhas
Palavras belas
Pois minha intenção
(Se me consente)
É pôr em sua mente
Um ponto de interrogação
- ou não?
(E por trás delas)
A cada novo esbarrão
Em um ponto final.
Mas não espere encontrar nas minhas
Palavras belas
Pois minha intenção
(Se me consente)
É pôr em sua mente
Um ponto de interrogação
- ou não?
Saturday, July 02, 2005
Menino, Comporte-se...
Comporte-se seriamente
Comporte-se de acordo com a moral
Comporte frustrações somente
Sê um débil mental.
Comporte-se de acordo com a moral
Comporte frustrações somente
Sê um débil mental.
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