Desconfie de certezas
Nada é
Nem se parece
E tudo que é sórdido
Se esconde no ar
Desconfie de fronteiras
A areia não termina
Onde começa a água
E eu não termino
Onde você começa
Se você me faz
E desconfie de quem ama
Não porque não ame
Mas porque amar
É perigosamente
Diluir as bordas
De certezas e fronteiras
Mas sobretudo desconfie de poetas desconfiados
Que desconfiam de tudo
Até mesmo de versinhos
Romanticamente sorridentes
E de poemas incertos
Que amam desfronteiras
Saturday, January 29, 2005
Saturday, January 22, 2005
Múltiplos
Quero-te
Simples
Como quem ama
Quero-te
Múltipla
Como és
E estilhaçado
Como sou
Quero-te
Inteira
Pela metade
E com a melhor face
Que te dou
Quero te dar
Todos meus amores
Quero provar
Todos teus sabores
Exclusivos somos
Do mundo que somos
E dos outros
Que nos fazem
Seus construtores
Quero-te leve
E dou-me mosaico
Do mundo que somos
Do mundo que somos
Somos daqueles
Que assim desejaram
Nos reinventar
E conjugamos
De múltiplas formas
Novas e leves
Uma estranha essência
Sempre um tanto avessa
A se cristalizar
Simples
Como quem ama
Quero-te
Múltipla
Como és
E estilhaçado
Como sou
Quero-te
Inteira
Pela metade
E com a melhor face
Que te dou
Quero te dar
Todos meus amores
Quero provar
Todos teus sabores
Exclusivos somos
Do mundo que somos
E dos outros
Que nos fazem
Seus construtores
Quero-te leve
E dou-me mosaico
Do mundo que somos
Do mundo que somos
Somos daqueles
Que assim desejaram
Nos reinventar
E conjugamos
De múltiplas formas
Novas e leves
Uma estranha essência
Sempre um tanto avessa
A se cristalizar
Saturday, January 15, 2005
Poema Incerto
Certos poemas
São polígonos
Outros
Linhas poligonais
Abertas
Certos poemas...
Em certos poemas
Encerro o óbvio enigma
Incertos poemas
Tão óbvios
Quanto a alma
Do poeta
Tão enigmáticos
Quanto
Seus segredos...
O resto é prosa
São polígonos
Outros
Linhas poligonais
Abertas
Certos poemas...
Em certos poemas
Encerro o óbvio enigma
Incertos poemas
Tão óbvios
Quanto a alma
Do poeta
Tão enigmáticos
Quanto
Seus segredos...
O resto é prosa
Saturday, January 08, 2005
Inventário em Preto e Branco
Tenho um pequeno caderno vermelho
Onde guardo pequenas gotas do que fui
Trago um olhar azul de cachorro
Triste e um tanto melancólico
Que às vezes vira um sorriso castanho de filhote
Possuo quartos brancos numerados
Onde és bem vinda a qualquer hora
E gavetas grafite bem trancadas
Em que acumulo dores incolores
E cultivo almas transparentes
Onde guardo pequenas gotas do que fui
Trago um olhar azul de cachorro
Triste e um tanto melancólico
Que às vezes vira um sorriso castanho de filhote
Possuo quartos brancos numerados
Onde és bem vinda a qualquer hora
E gavetas grafite bem trancadas
Em que acumulo dores incolores
E cultivo almas transparentes
Saturday, January 01, 2005
Poesia Residual
Não consigo escrever poemas
Sem ser exagerado
A hipérbole é minha terra
A paixão, meu arado
Me surpreendo, de repente,
Compondo versos rimados
Como quem respira sofregamente
A alma do inusitado
Eu escrevo como quem vive
Eu vivo como quem morre
(Desejo a todos os amigos do Poesia Residual um feliz 2005 e peço que mandem seus melhores pensamentos a Luiz Otávio Lopes, amigo de infância e irmão de alma e poesia que sofreu um derrame neste Natal. Que sejamos também solidários ao povo asiático, que não merecia a tragédia que está vivendo neste momento.)
Sem ser exagerado
A hipérbole é minha terra
A paixão, meu arado
Me surpreendo, de repente,
Compondo versos rimados
Como quem respira sofregamente
A alma do inusitado
Eu escrevo como quem vive
Eu vivo como quem morre
(Desejo a todos os amigos do Poesia Residual um feliz 2005 e peço que mandem seus melhores pensamentos a Luiz Otávio Lopes, amigo de infância e irmão de alma e poesia que sofreu um derrame neste Natal. Que sejamos também solidários ao povo asiático, que não merecia a tragédia que está vivendo neste momento.)
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