Entre mortos e os que ainda virão
Existimos
Criamos passados e os projetamos
No futuro
A que será que se destinam?
Nossas pequenas vidas
Com suas pequenas tragédias e
Pequenos milagres
Com sua mediocridade patética
E seus momentos de plenitude
A que será que se destina?
Eu ter amado tanto
Errado tanto
Sofrido e feito sofrer
A que se destinam?
Boas e más intenções
Rigidez cadavérica de princípios
E complacência desmedida
Com os próprios erros
A que será que se destina?
A beleza em cada pequena coisa
E a vergonha revelada
Em um estranho esplendor
A que será que nos destinamos?
A construir pontes?
A cimentar muros?
A pedir perdão um milhão de vezes?
A decepcionar quem entende tudo
E quem não entende nada?
A plantar livro e escrever árvore?
A criar um filho feliz?
Talvez...
Ou talvez apenas a passar
Sem alarde
Pelo único milagre possível
Friday, November 23, 2007
Wednesday, November 14, 2007
PLEADING GUILTY (Good Intentions)
I declare myself guilty
Of loving too much
Of unacceptable love
And of murdering others' love
Towards myself
I declare myself guilty
Of deceiving and lying to myself
Of desrespecting my own feelings
And of making things worse
Whenever I tried to make them right
I accept the charges
That I did kill the hearts
Of others and my own
That I murdered beauty and innocence
In others and myself
That I shamefully killed love
In the name of love
However, I beg not for merce nor redemption
I've been doing my sentence
As quietly as I can
43 years have already been done
And many more are expected to come
And many more are expected to come
Of loving too much
Of unacceptable love
And of murdering others' love
Towards myself
I declare myself guilty
Of deceiving and lying to myself
Of desrespecting my own feelings
And of making things worse
Whenever I tried to make them right
I accept the charges
That I did kill the hearts
Of others and my own
That I murdered beauty and innocence
In others and myself
That I shamefully killed love
In the name of love
However, I beg not for merce nor redemption
I've been doing my sentence
As quietly as I can
43 years have already been done
And many more are expected to come
And many more are expected to come
Tuesday, November 06, 2007
DOR DE MENINO NESSA HORA
Nem aquilo a que me entrego
Nem alegria de cais de porto
Nem a cor do teu sorriso
Nem a tua boceta nua
Nem as flores do que quis
Nem poemas que não fiz
Nem as árvores desenhadas
Nem o meu cacete duro
Nem casinha nem varanda
Nem teus fogos e artifícios
Nem minha língua na tua
Nem mil beijos de amor
Nada me consola nessa hora,
Nada!
Só dor
Só dor de menino sem razão
Nem alegria de cais de porto
Nem a cor do teu sorriso
Nem a tua boceta nua
Nem as flores do que quis
Nem poemas que não fiz
Nem as árvores desenhadas
Nem o meu cacete duro
Nem casinha nem varanda
Nem teus fogos e artifícios
Nem minha língua na tua
Nem mil beijos de amor
Nada me consola nessa hora,
Nada!
Só dor
Só dor de menino sem razão
Saturday, October 06, 2007
Eu Vi o Dia Amanhecer em Liverpool
Eu vi o dia amanhecer em Liverpool
E o seu olhar estava
No meu olhar
Que já não era mais meu
Mas de um garoto
Grávido de tantos sonhos
Eu vi o dia amanhecer em Liverpool
Fazia sol, ventava frio
E em todo o caminho
Das docas de verdade
Feias e produtivas com seus odores
Até Albert Dock e
Seus encantos de turista
O peito daquele garoto
Estava tão cheio que
O Mersey parecia caber
E não caber nele a um só tempo
Eu vi o dia amanhecer em Liverpool
E já sem idade
Celebrei com o garoto
No novo Cavern
Aos goles, acordes e lágrimas de
Tantos Johns
Eu vi o dia amanhecer em Liverpool
E foi como se a vida,
Dolorosamente bela,
Dançasse pra mim
Uma dança de subúrbio
Do Rio de Janeiro
Eu vi o dia amanhecer em Liverpool
E o seu olhar estava
No meu olhar
Que já não era mais meu
Mas de um garoto
Grávido de tantos sonhos
Eu vi o dia amanhecer em Liverpool
Fazia sol, ventava frio
E em todo o caminho
Das docas de verdade
Feias e produtivas com seus odores
Até Albert Dock e
Seus encantos de turista
O peito daquele garoto
Estava tão cheio que
O Mersey parecia caber
E não caber nele a um só tempo
Eu vi o dia amanhecer em Liverpool
E já sem idade
Celebrei com o garoto
No novo Cavern
Aos goles, acordes e lágrimas de
Tantos Johns
Eu vi o dia amanhecer em Liverpool
E foi como se a vida,
Dolorosamente bela,
Dançasse pra mim
Uma dança de subúrbio
Do Rio de Janeiro
Eu vi o dia amanhecer em Liverpool
Monday, October 01, 2007
Em Setembro, no Velho Continente
Em setembro, no velho continente
As folhas se vão
No último dia de setembro
No velho continente
O dourado do chão
Esconde perdas irreversíveis
Que os outubros que virão
Não podem curar
Pois estamos no velho continente
E tudo só tende a se perder
Em setembro, no velho continente
No último dia de setembro
No velho continente
Algo de precioso se foi pra sempre de mim
As folhas se vão
No último dia de setembro
No velho continente
O dourado do chão
Esconde perdas irreversíveis
Que os outubros que virão
Não podem curar
Pois estamos no velho continente
E tudo só tende a se perder
Em setembro, no velho continente
No último dia de setembro
No velho continente
Algo de precioso se foi pra sempre de mim
Saturday, September 29, 2007
Tanta Gente
Tanta gente
Diferente
Protegendo a cabeça
Projetando o coração
Tanta gente
Diferente
Tanta gente
Tanta gente
Reluzente
Tantas cores
Tantos trajes
Tanta gente
Diferente
Tanta gente
Tanta gente
Tão igual e diferente
Tão central e periférica
Tantas línguas, tantos beijos
Tanta gente
Diferente
Tanta gente
Diferente
Protegendo a cabeça
Projetando o coração
Tanta gente
Diferente
Tanta gente
Tanta gente
Reluzente
Tantas cores
Tantos trajes
Tanta gente
Diferente
Tanta gente
Tanta gente
Tão igual e diferente
Tão central e periférica
Tantas línguas, tantos beijos
Tanta gente
Diferente
Tanta gente
Saturday, September 22, 2007
O Profeta
E o profeta chegou para espalhar amor
Love is all you need, little darling
Meu amor, ele é demais, nunca é de menos
Amor é pra se dar
E o profeta espalhava amor
Love, love, love
Da cabeça aos pés, sweet darling
Qualquer maneira de amor vale a pena
Mas que amor é esse
Assim só leveza
Amor sancionado é amor pesado
Feito de sombras e argolas
O profeta é o monstro
Peguem o monstro
Queimem o monstro
Love is all you need, little darling
Meu amor, ele é demais, nunca é de menos
Amor é pra se dar
E o profeta espalhava amor
Love, love, love
Da cabeça aos pés, sweet darling
Qualquer maneira de amor vale a pena
Mas que amor é esse
Assim só leveza
Amor sancionado é amor pesado
Feito de sombras e argolas
O profeta é o monstro
Peguem o monstro
Queimem o monstro
Wednesday, September 05, 2007
O Monstro
Peguem a bruxa
Queimem a bruxa
Ela ama demais
Não pode
Só pode amar um
Peguem o monstro
Queimem o monstro
Ele ama demais
Não pode
Só pode amar uma
A bruxa se chama amor
O monstro se chama amor
O amor se chama liberdade
Queimem a bruxa
Ela ama demais
Não pode
Só pode amar um
Peguem o monstro
Queimem o monstro
Ele ama demais
Não pode
Só pode amar uma
A bruxa se chama amor
O monstro se chama amor
O amor se chama liberdade
Saturday, August 18, 2007
Eu pinto a cara pra você
Dou meu corpo pra você
Decoro versos
E jogo malabares pra você
Mas você não pode ver
Não tem tempo
Está muito ocupado
Pintando a cara para alguém
Dando o seu corpo para alguém
Escrevendo versos
E vendendo seu tempo para alguém
Alguém que não tem rosto
Nem amor nem poesia
Alguém que não é como eu e você
Dou meu corpo pra você
Decoro versos
E jogo malabares pra você
Mas você não pode ver
Não tem tempo
Está muito ocupado
Pintando a cara para alguém
Dando o seu corpo para alguém
Escrevendo versos
E vendendo seu tempo para alguém
Alguém que não tem rosto
Nem amor nem poesia
Alguém que não é como eu e você
Wednesday, August 08, 2007
gente
é de gente que eu gosto
e que eu preciso
pra poder viver
gente que retribui sorriso
instintivamente
mostrando que de perto
quase ninguém é boçal
nem os arrogantes
nem os crudelissimamente violentos
dados o tempo e o espaço corretos
conseguem suprimir sua humanidade
de gente
gente que cria e recria o mundo
a cada dia
gente de quem em última análise
toda realidade depende
gente piegas como eu
ou esperta como você
gente boa e gente má
não
gente
apenas
gente
há
é de gente que eu gosto
e que eu preciso
pra poder viver
gente que retribui sorriso
instintivamente
mostrando que de perto
quase ninguém é boçal
nem os arrogantes
nem os crudelissimamente violentos
dados o tempo e o espaço corretos
conseguem suprimir sua humanidade
de gente
gente que cria e recria o mundo
a cada dia
gente de quem em última análise
toda realidade depende
gente piegas como eu
ou esperta como você
gente boa e gente má
não
gente
apenas
gente
há
Thursday, July 19, 2007
Sunday, July 01, 2007
Wednesday, June 13, 2007
são nove horas
e agora sim eu nasci
na boca tristeza de menino velho
arrancado modernamente do chão
fundador de futuros interrompidos
são nove horas
e agora sim eu nasci
e o vazio de tantas presenças
ameaça rolar do meu rosto
política de afetos
são nove horas
e agora sim eu nasci
você está aqui
onde está você?
são nove horas
e agora sim eu nasci
e agora sim eu nasci
na boca tristeza de menino velho
arrancado modernamente do chão
fundador de futuros interrompidos
são nove horas
e agora sim eu nasci
e o vazio de tantas presenças
ameaça rolar do meu rosto
política de afetos
são nove horas
e agora sim eu nasci
você está aqui
onde está você?
são nove horas
e agora sim eu nasci
Wednesday, June 06, 2007
Friday, May 04, 2007
Saturday, April 21, 2007
A CIDADE SAI DE MIM
(para Angra dos Reis)
A cidade sai de mim
Lentamente
Como sangue que escorre
Lento e quente
Do ferimento
A cidade sai de mim
Lentamente
Como lágrima que escorre
Lenta e quente
Do coração
A cidade sai de mim
Rascante
Como amor impotente
Seco e frio
De tristeza
A cidade não sai de mim
A cidade sai de mim
Lentamente
Como sangue que escorre
Lento e quente
Do ferimento
A cidade sai de mim
Lentamente
Como lágrima que escorre
Lenta e quente
Do coração
A cidade sai de mim
Rascante
Como amor impotente
Seco e frio
De tristeza
A cidade não sai de mim
Friday, April 13, 2007
FIM DE LINHA
Não leio mais as previsões pro teu signo
No horóscopo do jornal
Nem espero em vão por um comentário teu
Nos poemas do meu blog
Não entupo mais teu celular
Com mensagens desesperadas
Nem te imponho presentes,
Canções ou filmes pirateados
Não te indico mais livros
Nem te empresto os meus
Claramente, se ainda estás viva
Então quem morreu fui eu
No horóscopo do jornal
Nem espero em vão por um comentário teu
Nos poemas do meu blog
Não entupo mais teu celular
Com mensagens desesperadas
Nem te imponho presentes,
Canções ou filmes pirateados
Não te indico mais livros
Nem te empresto os meus
Claramente, se ainda estás viva
Então quem morreu fui eu
Saturday, March 31, 2007
Wednesday, March 21, 2007
Eternidade Breve
Ontem teu rosto me veio assim
Feito um sonho bom
Sem remorsos nem esperança
Somente a eternidade do breve instante
Feito um sonho bom
Sem remorsos nem esperança
Somente a eternidade do breve instante
Saturday, March 10, 2007
Assassinato
Você não vê
O sangue manchando o teclado
Nem pode adivinhar na tela
Os restos mortais
De tantos sorrisos
O sangue manchando o teclado
Nem pode adivinhar na tela
Os restos mortais
De tantos sorrisos
Saturday, February 03, 2007
Lembranças do Futuro
Teus azuis ainda estão
em tudo o que ouço
E teu gosto teima em brilhar
em vagas imagens de tanta memória
Nada a fazer
e tudo por ser feito
Pois tudo o que foi feito
ainda está por fazer
Lembranças de futuros possíveis,
estados eternos de vir a ser
em tudo o que ouço
E teu gosto teima em brilhar
em vagas imagens de tanta memória
Nada a fazer
e tudo por ser feito
Pois tudo o que foi feito
ainda está por fazer
Lembranças de futuros possíveis,
estados eternos de vir a ser
Saturday, January 27, 2007
EPPUR SI MUOVE
Não sei o que esse meu coração tem
Que não consegue se aquietar
Alma de artista sem talento
Palma de velas e tormentas
Eu vivo como quem morre
Eu morro como quem nasce
Que não consegue se aquietar
Alma de artista sem talento
Palma de velas e tormentas
Eu vivo como quem morre
Eu morro como quem nasce
Saturday, January 13, 2007
OUROANA
(Sampleando Saramago)
Ouroana chama-se ela
Em quem não pára de pensar
E se vê-la é tão raro
Qualquer letra vira seu signo
E isso basta para o encontro
Pois só há que temer o fim se ele vier
Antes que possa tocar-lhe o ouro
Ouro que lhe toca
A cada toque de seus ícones
Ouroana, Maria Sara, Anamor
Magia da palavra, do nome, da carne
Ouroana, como te chamas?
Maria Sara, Anamor
Ouroana chama-se ela
Em quem não pára de pensar
E se vê-la é tão raro
Qualquer letra vira seu signo
E isso basta para o encontro
Pois só há que temer o fim se ele vier
Antes que possa tocar-lhe o ouro
Ouro que lhe toca
A cada toque de seus ícones
Ouroana, Maria Sara, Anamor
Magia da palavra, do nome, da carne
Ouroana, como te chamas?
Maria Sara, Anamor
Saturday, January 06, 2007
A 4 Mãos
(Humano, Demasiadamente Humano)
Nada estava escrito
No M de nossas palmas
E ainda assim o pudemos ler
Não havia quaisquer sinais
E os plantamos
Em cada esquina
E nas estrelas só se via
O brilho projetado
Emprestado do nosso olhar
Nossa linda, linda história
O destino não a escreveu
Mas por querer o fizemos você e eu
Nada estava escrito
No M de nossas palmas
E ainda assim o pudemos ler
Não havia quaisquer sinais
E os plantamos
Em cada esquina
E nas estrelas só se via
O brilho projetado
Emprestado do nosso olhar
Nossa linda, linda história
O destino não a escreveu
Mas por querer o fizemos você e eu
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